Pensar fora da caixa… em que tamanho de caixa?
Quando falamos em inovação empresarial, associamos a alterações sobre os processos, sobre os produtos, serviços ou sobre as atividades de marketing, aumentando o valor da empresa.
E quem o faz? Os criativos.
E quem são estes seres excepcionais… artistas?
Também, mas não só.
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Uma das características comummente indicadas para destacar um criativo, é descrita por uma expressão “pensar fora da caixa”. O problema está no facto das organizações possuírem indivíduos com diferentes dimensões de caixa de pensamento. Uns ‘transportam uma caixa de pensamento grande’, são introvertidos e a sua ‘caixa de pensamento’ é tão grande que tudo o que idealizam ou criam é desprezado por eles mesmos. É muito comum darem sugestões de modo tímido e em tom de desabafo. Por oposição existem outros indivíduos que divulgam extrovertidamente as suas ideias que, tenham ou não impacto, pelo facto de possuírem um ‘pensamento de caixa pequena’: qualquer ideia sai...
Nas organizações existe todo o interesse que todos os seus colaboradores possam experimentar pensar fora da caixa e que as organizações tenham a oportunidade de as captar e alimentar.
Para tal proponho cinco técnicas para a ‘captação’ destes pensamentos fora da caixa, para além dos sistemas tradicionais de registo, as vulgares caixas de sugestões (mesmo as electrónicas):
1- Uma cultura de ligação e partilha, que deve partir do CEO (o extraordinário exemplo de Sam Palmisano, diretor executivo da IBM, que se deslocava com frequência por todo o mundo para, o mais próximo possível dos 54000 colaboradores, ouvir e partilhar problemas e ideias).
2- Uma equipa de gestores atenta e motivada em captar os anseios, os desejos e as vontades dos colegas, nunca descurando qualquer ideia, por muito ridícula que lhe pareça, mostrando atenção e disponibilidade, mesmo quando a ideia é impraticável, uma justificação nunca é demais – mais do que gestores convém agirem como promotores.
3- Uma cultura de liberdade, criatividade e de debate, permitindo a existência de espaços de divulgação e discussão colectivas de problemas e de sugestões.
4- Desenvolver uma cultura do Não, visto positivamente, como uma atitude de quem tem que tomar decisões, e sem ser um pesadelo para quem o ouve. Um ‘Não’ bem explicado é bem melhor do que um ‘Sim, mas…’
5- Uma cadeia de valor bem desenhada, suportada por um sistema que não imponha limites, quem tem mais capacidade para a recolha de ideias: um formulário cheio de campos ou uma folha em branco?
Assim, talvez possamos caçar mais e melhores ideias… ‘fora da caixa’ e independentemente do seu tamanho.
Paulo Teixeira de Sousa
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